Escrevo porque sim...

Escrevo porque sim. Porque... sim.
Tenho sempre alguma coisa para dizer, e digo que não sou feliz.
Não sou feliz porque sou determinado por uma miscelânea de pré-conceitos; por uma cacofonia de informação que sem eu querer ela invade a minha caverna ontológica.
É terrível perceber que não sou eu quando sou; quando julgo que sou no momento que sou.
As palavras que vomito são o ruminar de muitas gerações; não são minhas, mas no entanto ruminei... ruminei porque sim; ruminei porque é assim que devemos ser.
Dever ser...
... Gostaria de fugir; voltar para a montanha e não sair de lá.
Gostaria de não ter nada para dizer; não dizer o que me faz ser assim; é um modo de ser...
Sinto que o meu sangue está viciado, que me move por planos de realidade menos sóbrios. É este sangue que me corrompe; que me dá a conhecer a monstruosidade. Esta é desvelada por o que de mais instintivo há.
Gostaria de não ter este sangue... ele não é meu, não me pertence. Ele é pré-determinado, pois não desejava que assim fosse.

4 comentários:

Unknown disse...

Que eloquência! Meramente bem entrepertada, embora complexa, flui imediatamente com os sentimentos que tentas transmitir..(pelo menos aqueles que acho que compreendo atraves das tuas palavras). Está, deveras, bastante bom! Para a proxima faz um mais harmonioso, se é que me entendes! :) um beijo ... Lisandra

Anónimo disse...

Victor Hugo,

Teu pequeno texto invadiu meus sentidos, fazendo minha mente flutuar num tempo e num espaço que não são meus, nem teus, mas sim de todos nós, seres humanos, criaturas singulares no universo conhecido, cuja existência por mais torbulenta ou harmoniosa possa pela História ser narrada, se concretiza nessa comum e tão feliz herança imemorial, de cujo uso tão dependentes somos para nossa pelna realização: a Palavra!...

<< Lucifer >>
( Carlos Santos )

Anónimo disse...

não se é feliz porque assi não se quer...não queres dizer ou falar....então luta para se feliz...é dever/obejectivo de vida de todos....alcançar a derradeira felicidade

Unknown disse...

Caríssimo amigo Vítor Hugo,

Um suspiro
Venho por este meio electrónico, dar prolongamento às marés de pensamentos que por vezes nos assolam e que por falta de verbalização têm como consequência o desperdício da energia que comportam, tal como as marés oceânicas...

Uma dúvida
Assim que deparei neste blog pressenti uma espécie de brilho. Talvez a pureza da intenção com que nasceu, talvez a sua inocência, talvez rebeldia...não consigo bem definir...

Um conselho
Mas se o seu objectivo não for nascer moribundo, aconselho, vivamente, a aumentarem o tamanho das letras, sobretudo nas dissertações mais longas.
E digo isto, não apenas por ser míope, mas para que, mais do que apenas alguém as leia (claro que estou a presumir que seja isso que pretendam...)

Um elogio
Na parafernália do comboio de alta velocidade em que a nossa vida desliza, é de louvar a vossa iniciativa de tentar travar (esforço quase hercúleo) a locomotiva que nos envolve, usando o cérebro não sómente para tirar fotografias da viagem mas para reflectir se estamos no comboio certo...Se o destino é ou não do nosso agrado...onde estaremos ao fim da jornada...ou até mesmo, porque é que estamos no comboio...

Uma sugestão
Não gastem tanto tempo, letras e linhas de letras e paragráfos de linhas de letras e páginas de parágrafos de linhas de letras, a tentar esclarecer o que é a Filosofia, ou as suas vantagens, ou as suas virtudes... Pensem, questionem, partilhem as dúvidas, escrevam, reescrevam, sugiram, revoltem-se, apoiem, aplaudam, censurem, criem, reinventem, observem, tentem, ensinem e aprendam.

Desta forma estarão a levar a Filosofia mais longe, estarão a viver a sua essência e talvez seja a melhor maneira de pôr os outros a participar nesta aventura sem fim!

Um abraço.

Jorge Bica
Um filósofo à maneira